quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aline Branco 3° 37

A partir da frase “ Eu mudei”( pág.88), escreva como o meio pode mudar uma pessoa, trace uma linha de mudança existente na vida de Máiquel.


Desde o momento em que o Máiquel começa a fazer os trabalhos encomendados pelo Dr. Carvalho e outros clientes, começa a perceber e a sentir todo o poder que ele está vivendo, sendo pago para matar, tudo o que está mudando na sua vida. Antes de tudo, Máiquel considerava-se uma pessoa sem futuro, sem projeções. As pessoas não o valorizavam, muito menos davam importância. Sentia-se um verdadeiro lixo, um ser rejeitado. Agora, tudo mudou. As mudanças apareceram desde a morte de Suel, o qual as pessoas começavam a dar o valor à Máiquel. Matar um suposto estuprador e ladrão, o qual era considerado Suel, agradou os seus vizinhos, amigos, os policiais e principalmente as pessoas das altas classes. E tudo começou ao segurar um revólver e apontar para sua vítima. A prisão e a condenação esperadas por Máiquel pelo assassinato, na verdade, trouxe prestígio e novos olhares sobre ele.
Máiquel matava por encomenda. Ele trabalhava em um bom ramo. Um ramo que trouxe a ele o melhor: fama, reconhecimento e o valor das pessoas.
No momento em que ele passou a usar a arma, ''a personagem principal'' para seu triunfo, viu que sua vida mudou completamente.

“(...)Não via as ruas, as pessoas, o sol, as bancas de jornais, os anúncios, eu só via meus sapatos fodidos, via merda de cachorro, via pontas de cigarro, papel, tampas de refrigerante, lixo. Aprendi a andar depois que usei as armas. (...)” Antes, era um homem sem futuro, que não sabia dar valor, respeito e dignidade a si mesmo. Não sabia se valorizar como ser humano. Agora, com a arma, com seu novo trabalho, com o valor das pessoas para ele, é um homem novo. Sabe sua importância no mundo. A arma o ajudou a subir e ser uma pessoa ‘’melhor’’ e muito mais reconhecida. A arma o ajudava a matar quem ele precisava matar, pois esse era seu trabalho. Mas a arma também o impulsionou para a vida, agora com ela ao seu lado, com Érica o ajudando, com os trabalhos encomendados pelo Dr. Carvalho e seus clientes, ele era o matador. Ele tinha dignidade por ter valor agora, era importante, e a arma influenciou em tudo.

“(...) Eu mudei (...)”. Essa frase dita por Máiquel não se refere somente às mudanças do lado exterior, as mudanças que podem ser percebidas por ele e por outras pessoas. Mas também, as mudanças interiores, que são percebidas primeira e claramente por ele mesmo. Mudar. Mortes de Ezequiel e Suel. Nesses assassinatos, Máiquel ainda demonstrava pequenos lampejos de sentimentos humanos, seja antes ou depois de matar suas vítimas. Sentimentos como remorso, compaixão ou ajuda ao próximo, como exemplo, quando o mesmo se ofereceu a ajudar mensalmente a mãe de Ezequiel. Sua próxima vítima era um menino de oito anos, Neno. Mais uma vez o lampejo de humanismo; não poderia matar uma criança. Recusava-se no início, jamais mataria. Mas o dinheiro, as pressões vindas sobre ele, a necessidade de matar, a arma. Tudo virou um só sentimento, o ódio e a falta de compaixão. Máiquel matou o menino, viu o poder da arma; ele era um matador. Um ser sem sentimentos que devia colocar o “trabalho” acima de tudo, e fazer seus serviços sem dó nem remorso. “(...) Eu não era mais aquele homem do início, eu era um matador. (...)”.

2 comentários:

  1. " Máiquel trabalhava em um bom ramo." Penso que a palavra bom deveria vir entre aspas, pois, do contrário, parecerá que você concorda com a afirmação.
    No mais, você apontou elementos que foram essencial para que Máiquel sentisse um homem mudado.

    Nota: 19

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