Nome: Aline Branco
Série: 3° 37
Cenário e substrato social
Os contos de Guimarães Rosa desenrolam-se em regiões não especificadas, porém identificáveis, uma vez que fazem parte da infância e juventude do autor. Possivelmente, o cenário de “A terceira margem do rio” pode ser derivado de um lugar pela qual o autor tenha tido contato durante a sua vida.
O cenário do conto é rural, podendo ser uma cidade pequena ou um arraial. Apresenta poucos detalhes, mas que são de extrema importância e se envolvem com o conto. A casa da família fica próxima a um rio e mato. O rio tem grande importância na história, pois é em torno dele que todos os acontecimentos se desenrolam. Ele é descrito no conto como amplo, vasto, porém fundo e calado. Esse lugar denso, pesado e estranho, onde o pai do menino optou por ficar em uma canoa, parado e sem rumo, pode ser relacionado diretamente com a personalidade desse homem. Seu filho menciona-o como uma pessoa quieta e solitária, assim como o rio. O rio é o “espelho” da personalidade do homem.
Ex.: “(...) Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. (...)”
“(...) Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem um quarto de léguas: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. (...)”
No conto, quando o filho absorve a demência do pai, por se envolver demais a ele, imagina-o enfrentando os desafios que a natureza pode proporcionar ao homem. Também relata e calcula as dificuldades que ele irá enfrentar sobre a canoa, principalmente por estar ficando mais velho com o passar dos anos. Assim, aparecem no conto, cenários que descrevem ambientes que mostram os “perigos” da natureza, como as correntezas fortes e rápidas do rio, o sol escaldante e as friagens rigorosas do inverno. Perigos então, enfrentados pelo homem sobre a canoa.
Ex.: “(...) E a constante força dos braços, para ter tento na canoa, resistido, mesmo na demasia das enchentes, no subimento, aí quando no lanço da correnteza enorme do rio tudo rola o perigoso, aqueles corpos de bichos mortos e paus-de-árvores descendo – de espanto de esbarro. (...)”
“(...) De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e tombo da cachoeira, brava, com o ferimento e morte. (...)”
Dentro da história, o autor da atitude inédita, era descrito como uma pessoa muito calada, solitária. Esse isolamento era notado dentro da família, onde o papel de chefe do lar foi designado à mãe. Somente esta regia com os cuidados da casa e dos filhos, o pai sempre se distanciava de todos. Mas, esse jeito quieto de ser, acompanha-o desde criança, segundo pessoas mais próximas. O isolamento das personagens é característica da maioria dos contos de Guimarães Rosa. A opção de ser uma pessoa separada do convívio com outras, no conto, pode ser explicado por ele morar em um lugar rural, onde há pouquíssima comunicação com outras pessoas. O ambiente em que ele vive, pode ter o tornado um homem quieto e incomunicável.
Ex.: “(...) Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sendo assim desde mocinho e menino, pelo que testemunham as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. (...)”
O jeito incomunicável e isolado das personagens de Guimarães Rosa, de repente, pode estourar em uma demência inédita, ou seja, acabam por fazer coisas que jamais seriam previstas. Essa característica está presente no conto “A terceira margem do rio”. O homem quieto tem a ideia de encomendar uma canoa forte, que durassem muitos anos na água. O motivo da encomenda não foi revelado à família. Seu objetivo era ficar nela por toda a sua vida, longe de sua esposa e filhos por opção própria. Este ato imprevisível surpreende a família, que não encontra meios concretos para explicar o ocorrido.
Ex.: “(...) Sem alegra nem cuidado, nosso pai encalçou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. (...)”
O acontecido, a decisão inédita do homem, foi algo que até então não era comum e nem de conhecimento da população. O ocorrido foi então motivo de alvoroço entre as pessoas, que tem para si o acontecimento com forma de fatalidade.
Ex.: “(...) As vozes das notícias se dando pelas certas pessoas - passadores, moradores das beiras, até do afastado da outra banda – descrevendo que nosso pai nunca se surgia a tomar terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava o rio, solto solitariamente. (...)”
Personagentes
Em “A terceira margem do rio”, o pai e o filho são considerados personagentes, pertencem aos dois grupos e são mais que personagens, não chegando a serem protagonistas. No conto, há a presença dos dois grupos de personagentes: os loucos e as crianças.
Os loucos são representados pelo pai da família. Ele é tido como demente ao tomar a decisão de ficar em uma canoa, sobre o rio, sem nunca mais pisar em terra firme e de viver longe da família.
Ex.: “(...) Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita condura; por isso, todos pensaram de nosso pai a razão em que não queriam falar: doidera. (...)”
Entretanto, surgem entre a população várias respostas que possam esclarecer o ato imprevisto do homem. As conclusões do povo a respeito do acontecido são, na verdade, conclusões do próprio autor, descritas por ele através das pessoas. Cabe ao leitor julgar essas respostas entre coerentes ou inviáveis, montando sua própria interpretação. É um espaço de reflexão disponível ao leitor por Guimarães Rosa.
Ex.: “(...) Só uns achavam o entanto de poder ser também pagamento de promessa; ou que nosso pai, quem sabe, por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a lepra, se desertava para a outra sina de existir. (...)”
Neste trecho, é possível verificar a presença da religião, a crença no milagre, e a sede do sobrenatural entre o povo. Segundo eles, algum pedido alcançado pelo homem, pode descrever a sua atitude como uma forma de pagar promessa.
Pelo fato do filho, com o passar dos anos, estar absorvendo gradualmente a demência do pai, quando adulto pode ser encaixado no grupo dos loucos. Como restou somente ele da família para preocupar-se com o pai, acaba por envolver-se de tal forma com a situação, chegando ao ponto de culpar-se por algo que ele mesmo não tem certeza do que se trata, e muito menos sobre seu envolvimento.
Ex.: “(...) Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. (...)”
Sem respostas concretas e verdadeiras para o acontecido, a alienação do homem é aceita como parte dolorosa da rotina da vida. Com o passar do tempo, ao perceberem que a situação não mudava, aprendem a lidar com a decisão do homem e entendem como um acontecimento normal. Tomam essa atitude para amenizar a angústia da família, porém ainda sofriam ao lembrarem-se do homem. Aceitar a alienação como algo normal e pertinente na vida é característica que está presente na maioria dos contos de Guimarães Rosa.
Ex.: (...) A gente teve de se acostumar com aquilo. As penas, que, com aquilo, a gente mesmo nunca se acostumou, em si, na verdade. (...)”
“(...) Minha mãe se mudou, com o marido, para longe daqui. Meu irmão resolveu e se foi, para uma cidade. Os tempos mudavam, no devagar dos tempos. Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, residir com minha irmã, ela estava envelhecida. (...)”
A possível loucura do homem, não é explorada por Guimarães Rosa como uma doença em si, mas como campo propício à invasão do imaginário, das variantes da interpretação em relação ao ato do homem. A busca incessante de uma resposta que esclareça tudo, fica a critério do leitor, de acordo com a sua interpretação. Guimarães procura fazer com que o leitor julgue os fatos e esclareça os mistérios no seu íntimo.
Ao lado dos loucos está presente o grupo das crianças, representado por uma das fases da vida do narrador, de quando era menino, momento em que teve de lidar com a ausência do pai. Essa falta, faz com que o narrador quando criança indague a si mesmo por que o pai tomou tal atitude. Utilizando da sua inocência, pureza e inteligência, parte para a busca de entender a situação.
Ex.: “(...) O severo que era, de não se entender, de maneira nenhuma, como ele agüentava. (...)”
A criança então desvia o seu olhar sobre o mundo e procura vê-lo de maneira diferente. Ele capta a situação que está ocorrendo, os sentimentos, emoções e problemas que a envolve, usando de sua pureza para desvendar os mistérios acerca do pai e buscar uma resposta.
Ex.: “(...) Eu mesmo cumpria de trazer para ele, cada dia, um tanto de comida furtada: a idéia que senti, logo n primeira noite, quando o pessoal nosso experimentou de acender fogueiras, em beira do rio, enquanto que, no aluminado delas, se rezava e se chamava. (...)”
O menino percebia a passagem do tempo, ao ver que o pai permanecia os últimos anos de sua vida envelhecendo sobre a canoa.
“(...) De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis do ano, sem rumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos – sem fazer conta do se-ir do viver. (...)”
De início, a novidade acerca da atitude do pai, levou a criança a ter vontade de ir com ele. Isso pode ser explicado pelo querer descobrir coisas novas, desvendar o mundo, levado pela inocência e pureza da infância.
Ex.: (...) O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: - “Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa? (...)
Enfoque e perspectiva
Em “A terceira margem do rio”, o ponto de vista do autor, tem papel fundamental para que o leitor, no decorrer do conto monte sua interpretação em relação aos acontecimentos e ao desfecho. A exigência de um leitor raciocinante, que seja capaz de dar a volta na história e repensá-la, é observada no conto. Guimarães começa a formular idéias e propostas para que o leitor, de início à sua interpretação e montagem da história.
Ex.: “(...) Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa. (...)”
“(...) Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas?
“(...) Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada, em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. (...)”
Os personagentes do conto e a própria história podem ser fruto de experiências da vida do autor. Possivelmente extraiu características e fatos ocorridos na sua vida, e as inseriu na história.
O conto “A terceira margem do rio” é narrado em 1° pessoa, que não corresponde ao “eu” do autor. A primeira pessoa corresponde ao filho do homem, o narrador personagem, que toma a decisão de se separar da família para viver sobre a canoa. O filho como narrador descreve a atitude do pai, o choque dessa atitude para ele e para a família, e o seu pensamento, interpretação e visualização do momento, perante a situação do pai.
A narração em 1° pessoa, no conto, é dividida em duas partes: o narrador na sua infância e o narrador adulto, velho. A narração feita pelo homem em sua infância, é caracterizada pelo olhar inocente e puro do menino, que no seu interior capta os sentimentos e emoções de todos que estão a sua volta. Procura fazer muitas descobertas em relação aos mistérios que envolvem sua família.
Ex.: “(...) Surpresa que mais tarde tive: que nossa mãe sabia meu encargo, só se encobrindo de não saber; ela mesma deixava, facilitando, sobra de coisas, para o meu conseguir. Nossa mãe muito não se demonstrava. (...)”
A narração feita pelo homem já adulto, é marcada pela angústia, sofrimento e sentimento de culpa que o narrador sente por ver o pai no fim de sua vida, sobre uma canoa. Entende-se que nesse momento, o narrador está se envolvendo com a alucinação do pai.
Pode-se dizer que a passagem do narrador da infância, para a fase adulta é marcado por ele sendo contagiado gradualmente pela demência do pai.
Ex.: “(...) Eu fiquei aqui, de resto. Eu nunca podia querer me casar. Eu permaneci aqui, com as bagagens da vida. (...)”
“(...) Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? (...)”
Estrutura
No decorrer do conto “A terceira margem do rio”, Guimarães Rosa vai graduando a emoção, cria suspenses e a expectativa de um desfecho certo, interpretado pelo leitor. A conclusão feita pelo leitor está influenciada pela participação escondida de Guimarães, ou seja, ele arma circunstâncias e fatos que levam o leitor pensar e concluir no seu íntimo, sobre o fim do conto. Porém, no final da narrativa, o leitor se depara com situações pela qual ele não imaginava na sua interpretação.
Em “A terceira margem do rio”, Guimarães Rosa emprega o anticlímax. O autor menciona fatos e suposições em relação ao menino, de que com o passar dos anos, ele ficava muito parecido com o pai. Também está relacionado à suposição feita por Guimarães Rosa, de que ao passo que envelhecia, o garoto absorvia cada vez mais a demência do pai, por se envolver demais a ele. O leitor conclui a partir dos fatos mencionados e pela montagem de um desfecho certo influenciado pelo próprio autor, que o menino quando adulto terá o mesmo fim do pai.
Essa ideia é reforçada ainda mais ao leitor, no momento em que o garoto já adulto, velho e possivelmente louco, oferece-se ao pai para ficar no seu lugar.
Ex.: “(...) Às vezes, algum conhecido nosso achava que eu ia ficando mais parecido com o nosso pai. (...)”
“(...) Soubesse – se as coisas fossem outras. Eu fui tomando idéia. (...)”
“(...) Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa. (...)”
Após escutar o que o filho disse, o velho ficou de pé sobre a canoa e remava em direção à margem. Essa situação montada pelo autor reforça ainda mais o desfecho certo criado e interpretado no íntimo dos leitores.
Ex.: “(...) Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n’água, proava para cá, concordado. (...)
Porém, o leitor é surpreendido com um final totalmente diferente. O filho volta atrás na sua decisão, não toma o lugar do seu pai na canoa, fugindo do lugar, e nunca mais tornou a vê-lo. O autor, para não frustrar o seu “público”, explica o porquê do ocorrido, através do homem que toma essa imprevisível decisão.
No momento que o filho mencionava sua decisão, viu pela primeira vez em tantos anos, um gesto de saudação vindo do seu pai. Tal atitude provocou nele espanto e pavor, fazendo-o correr do lugar.
Ex.: “(...) E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto – o primeiro, depois de tantos anos decorridos! (...)”
“(...) Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. (...)”
Mais uma vez verifica-se na necessidade de um leitor raciocinante e colaborador, a fim de largar as suas conclusões, para dar uma volta na história e repensá-la.
O autor, sobre esse desfecho, abre um espaço para que o seu público leitor tire suas conclusões sobre essa atitude inesperada: se foi um ato de covardia, concordando com o próprio narrador que diz não ser mais homem depois do ocorrido, ou um ato que demonstra que o filho realmente não estava louco, como supunha o autor aos leitores.
Ex.: “(...) Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. (...)”
“(...) Sou homem depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. (...)”
“A terceira margem do rio” é uma história cheia de atos imprevisíveis praticado pelos seus personagens, reforçando a necessidade de um leitor atencioso e capaz de moldar a história e interpretá-la com base nos seus acontecimentos. O conto não está em ordem e seqüência certa. As respostas para os acontecimentos que se seguem estão em detalhes, escondido no título e durante o desenrolar do conto.
Guimarães Rosa esconde a explicação do desfecho da história no título. O rio, cenário fundamental para desenvolver do conto, possui duas margens. A terceira margem, descrita por Guimarães no título, seria a vida do velho pai, que permanece na canoa, sendo carregado pelas águas. O destino do homem está entregue às águas do rio. Permanecerá no rio para sempre, e morrerá nele. As águas o guiarão, até o fim de sua vida.
Ex.: (...) Mas então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água, que não para, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro – o rio.
Choque estilístico
Guimarães Rosa fez sua primeira aparição na literatura como escritor regionalista. No entanto, não usa de métodos do regionalismo inteiramente incorporados nos contos, como adotar unicamente a linguagem regional, restringindo-a a fala das personagens.
Nos contos de Primeiras Estórias, com ênfase em “A terceira margem do rio”, há a presença de termos regionalistas. Guimarães Rosa deixa a linguagem popular infiltrar na linguagem culta. Esse mecanismo é uma forma do autor aproximar-se cada vez mais da vida das personagens.
Ex.: “(...) Do que eu mesmo me alembro... (...)”
“(...) No que num engano. (...)”
O uso dessas oralidades, tanto na narração, quanto na fala das personagens, pode ser explicado pelo pouco convívio do autor com as pessoas do lugar onde se desenrola o conto. Ora mescla uma oralidade, ora mescla a linguagem padrão.
Ex.: “(...) “Cê vai, ocê fique, você nunca volte. (...)”
“(...) Sem fazer véspera. (...)”
Muitas oralidades descritas pelo autor no conto, podem não ser de conhecimento dos leitores. Ao penetrar as oralidades da linguagem popular, falada no dia-a-dia, na linguagem culta, o autor está testando a sua flexibilidade, moldando-a de acordo com sua vontade.
Os acontecimentos e personagens de “A terceira margem do rio” podem ter realmente acontecido ou existido, assim como a história do conto, pode ser algo ficcional, Guimarães Rosa, pode ter moldado a história sobre alguma realidade que o autor tenha presenciado na sua vida.
No conto, o autor gosta de trabalhar com frases curtas, para prender a atenção dos leitores.
Ex.: “(...) Era a sério. (...)”
“(...) Nosso pai não voltou. (...)”
Há a presença da influência naturalista.
Ex.: “(...) Mas eu sabia agora que ele virava cabeludo, barbudo, de unhas grandes, mal e magro, ficado preto do sol e dos pelos, com aspecto de bicho, quase nu. (...)”
Guimarães utiliza da constante repetição de palavras.
Ex.: “(...) Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio – pondo perpétuo. (...)”
A repetição da palavra rio, mostra a insatisfação do filho com este ambiente, por ser ele o principal motivo que o separa de seu pai.